O Advogado visto pelo Engenheiro

O Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Eng.º Fernando Santo, foi o convidado do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, para apresentar, no passado dia 29 de Outubro, a sua visão sobre a profissão de Advogado.

A iniciativa, inserida num ciclo de Conferências com o título “O Advogado Visto Por…”, decorreu no Palácio Fronteira, em Lisboa, e dividiu-se entre o testemunho do Engenheiro e as questões levantadas pelos muitos Advogados e Advogados-Estagiários que lotaram a sala.O Bastonário lançou-se numa abordagem à Engenheiro, transformando num projecto a sua visão do Advogado. E começou por explicar o método utilizado: “Estudei a envolvente, o programa preliminar, recordei da minha experiência profissional os meus contactos profissionais e pessoais com muitos advogados e terminei o trabalho na véspera da apresentação aos meus clientes aqui presentes”. Mas antes de indicar a solução encontrada, aproveitou a oportunidade para apresentar os Engenheiros aos Advogados. Falou da história da Ordem, da sua dimensão e competências; explicou a sua divisão em especialidades de engenharia e a representatividade de cada uma delas; e sublinhou o processo da acreditação dos cursos de Engenharia.

Feita a apresentação, partiu para a constatação de que as profissões de Engenheiro e Advogado têm muito em comum. Desde logo, o raciocínio assente na lógica matemática, embora para os Engenheiros tal conduza a respostas objectivas, branco ou preto, sim ou não; e aos Advogados permita uma variedade de possibilidades.

Outra semelhança reside na elevação das duas profissões ao nível do interesse público, uma empenha-se em garantir os direitos, liberdades e segurança dos indivíduos, outra, em criar melhores condições de vida.

Fazendo a analogia com o Engenheiro de pontes, de todos o mais próximo do Advogado, o Bastonário disse que “Um Engenheiro de pontes procura uma solução que sintetize e cumpra três objectivos: a funcionalidade, garantindo a passagem de um lado para o outro, a segurança estrutural e a estética. (…) O Advogado promove a ponte entre o interesse privado e o público, utilizando a estrutura legislativa do país e tendo como estética a palavra escrita”.

Em comum, ainda, o facto de ambas as profissões se reverem no código de ética e de deontologia; a sua inscrição nas Ordens profissionais e a sua presença na comunicação social, geralmente pelas piores razões.

Objectivando a sua intervenção, o Engenheiro terminou com a elaboração de um projecto para um Advogado, em que fez corresponder o Humanismo e as Ciências do Direito às Fundações de uma obra de engenharia; a Deontologia Profissional e a Ética dos Advogados à Estrutura da obra; a Constituição, Leis, Portarias e Normas às Instalações Especiais; o equilíbrio entre os Direitos e Deveres Públicos e os Privados aos Acabamentos; a Inteligência Emocional do Advogado à Gestão Integrada; e os Direitos do Homem aos Clientes do Engenheiro.