CNOP recebeu o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas reuniu-se, no Porto, na sede da Ordem dos Nutricionistas, com membros do Conselho Nacional das Ordens Profissionais para dar conta do trabalho desenvolvido junto da diáspora portuguesa e ouvir as preocupações das Ordens, com destaque para a crescente mobilidade, quer de estudantes e profissionais portugueses no estrangeiro, quer de emigrantes que vêm para Portugal.

José Luís Carneiro salientou a importância da experiência internacional e partilha de conhecimento, destacando nesta matéria os recentes acordos de mobilidade, para a atribuição de visto especial a estudantes e trabalhadores em países como a Nova Zelândia, Austrália, Argentina, Japão, Canadá, Uruguai e Coreia do Sul.

 

O secretário de Estado está a dinamizar, através de parcerias, as redes das várias comunidades portuguesas que através da eleição de representantes, procuram dar resposta às necessidades do dia-a-dia dos emigrantes nacionais.

Para além das redes de cidadãos, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, tem embaixadas e consulados em 117 países, a que se somam 284 cônsules honorários.

O presidente do CNOP e bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, enalteceu a importância destas representações, recordando o apoio que recebeu da Secretaria de Estado das Comunidades em deslocações ao Irão ao México.

Da direita para a esquerda, Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas e presidente do CNOP, José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, e Alexandra Bento, bastonário da Ordem dos Nutricionistas.

José de Matos, bastonário da Ordem dos Biólogos, revelou que as redes de jovens investigadores necessitam de muitos contactos e briefings sobre os países que visitam, dando como exemplo a viagem que vai realizar em breve a Teerão para as Olimpíadas Internacionais de Biologia, onde vai estar acompanhado por quatro jovens menores, recordando que em 2021 esta prova será realizada em Portugal.

O bastonário da Ordem dos Psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, deu conta das dificuldades de pôr a funcionar a PSIPLP, uma organização que agrupa alguns países africanos de língua portuguesa, ao contrário do que acontece com os EUA, onde a grande proximidade que existe tem permitido uma grande cooperação, este ano, a convite dos EUA, uma delegação de psicólogos portugueses vai viajar em agosto para a cidade de São Francisco.

A anfitriã da reunião, a bastonária das Nutricionistas, Alexandra Bento, relatou um encontro da CPLP em que as questões da mobilidade foram uma das principais preocupações e destacou o documento conjunto que foi entregue aos responsáveis da conferência.

À Ordem dos Médicos têm chegado muitos pedidos fora dos protocolos em vigor. Para Alexandre Lourenço, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Portugal é hoje uma plataforma de entrada na Europa para cidadãos estrangeiros, nomeadamente brasileiros, que sem se fixarem em Portugal, usam o nosso país para outros destinos dentro da União Europeia, mostrando-se preocupado com a falta de celeridade de alguns países no reconhecimento mútuo de diplomas.

A preocupação com o reconhecimento dos diplomas de profissionais qualificados de origem portuguesa e radicados há muito na Venezuela que estão a regressar a Portugal também foi referida. O vice-presidente da Ordem dos Engenheiros, Carlos Loureiro, referiu a frustração dos cidadãos brasileiros com as regras muito específicas para quem quer ser reconhecido como engenheiro na União Europeia, sugerindo a realização de acordo só para Portugal, com base no Sistema de Qualidade da Ordem dos Engenheiros OE+EUR-ACE. O problema do reconhecimento dos diplomas de engenharia é também sentido pela Federação Europeia das Associações de Engenheiros que atualmente é presidida pela Ordem dos Engenheiros de Portugal.

Edite Gaspar, da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução, mostrou-se disponível para dar apoio nestas matérias.

Em resposta a estas questões, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas lembrou a autonomia das universidades e das Ordens Profissionais, considerando, ainda assim, que a legislação possa estar a necessitar de algum rejuvenescimento e que Portugal possa eventualmente não dar permissão automática aos outros países europeus.